quinta-feira, novembro 18, 2010

O CAMINHO DA VIDA OU A LENDA PESSOAL

“O caminho da vida” é um tipo de fio condutor que todo o ser humano segue durante a sua existência. Podemos compará-lo ao roteiro de um filme ou também ao mapa do terreno dos condutores de rallye. Avançamos neste caminho usando um veículo particular que é o nosso corpo físico. Os orientais propõem-nos uma imagem muito interessante para este veículo e para o caminho da vida.

Dizem que somos como uma Carruagem, representada pelo nosso corpo físico e que circula por um caminho, que simboliza a vida, ou melhor o caminho da vida. Vamos ver até onde podemos levar esta imagem...

O caminho sobre o qual circula a Carruagem é um caminho de terra. Como todos os caminhos de terra tem buracos, relevos, pedras e valas. Os buracos, os relevos e as pedras são as dificuldades e os choques da vida. As valas são esquemas preexistentes que reproduzimos. Quando são profundas representam os limites a não ultrapassar para evitar um acidente. Este caminho também tem curvas, que impedem a visibilidade e atravessam, muitas vezes, zonas de nevoeiros e tempestade. São fases da nossa vida, onde nos encontramos com dificuldades para ver claramente ou para poder antecipar o que vem à frente. Esta carruagem é puxada por dois cavalos, um branco (yang,masculino) e um preto (yin, feminino). Esses cavalos simbolizam as emoções, o que nos mostra o quanto somos puxados e levados por elas.

Esta carruagem é conduzida por um cocheiro que representa a nossa mente, o nosso consciente. Possui quatro rodas, duas na frente (os braços), que dão a direcção, ou melhor, seguem a direcção dada pelo cocheiro aos cavalos; e duas rodas traseiras (as pernas) que suportam e transportam a carga. Dentro da carruagem, há um passageiro que não se vê. É o Mestre ou Guia Interior. Os cristãos chamam-no de “anjo da guarda”.

A nossa carruagem pessoal avança sobre o caminho da vida, conduzida aparentemente pelo cocheiro. Aparentemente, porque é ele quem nos guia mas é o passageiro que escolhe o destino. O cocheiro é a nossa mente e este conduz a carruagem.

A qualidade e o conforto da viagem (existência) dependem da qualidade e vigilância da condução (firme mas suave). Se maltratam os cavalos (emoções), eles vão enervar-se e até causar um acidente, da mesma maneira que as nossas emoções levam-nos, por vezes, a cometer actos irracionais e até perigosos. Se o condutor é relaxado demais, se lhe falta atenção, a carruagem vai passar nas valas (reprodução da história familiar) e seguimos então os rastros deixados pelas outras carruagens, correndo o risco, por exemplo, de cair numa destas valas.

Da mesma maneira, se o cocheiro não for atencioso, não conseguir evitar os buracos, relevos e pedras (golpes e erros da vida), a viagem será desconfortável para a carruagem, para o cocheiro e para o Guia Interior.

Se o cocheiro adormecer e não segurar mais as rédeas, serão então os cavalos (emoções) que vão conduzir a carruagem. Quando o cocheiro conduz rápido demais e não respeita os cavalos, um acidente irá fazer parar a Carruagem, o que poderá acontecer com maior ou menor violência (acidentes e traumatismos).

Às vezes, uma roda ou uma peça da Carruagem pode soltar-se (doenças), em razão da fragilidade ou porque a Carruagem passou repetidas vezes em buracos e relevos (acumulação de comportamento e de atitudes inadequadas). Temos, então, que consertar a avaria; podemos fazê-lo nós próprios (descanso, cicatrização), podemos chamar um ajudante (medicinas naturais) ou se é mais grave, podemos chamar um especialista (medicina moderna).

De qualquer maneira, será importante, não nos contentar somente com a troca da peça. Será importante reflectir a conduta do cocheiro e a maneira com a qual devemos alterar o nosso comportamento, as nossas atitudes na vida, se desejarmos evitar que as “avarias” se repitam.

Às vezes, a carruagem atravessa zonas de pouca visibilidade, ou seja, situações em que não sabemos precisamente onde vamos. Pode ser uma simples curva! Podemos vê-la e preparar-nos, antecipando sua chegada. Temos, então, que ir mais devagar, olhar em que ponto o caminho faz curva e segui-lo segurando bem os cavalos (controlar as emoções quando passamos por uma fase de mudança, desejada ou não).

Quando encontramos nevoeiro ou tempestade é, então, mais difícil guiar a carruagem. Temos que “guiar no escuro”, indo mais devagar guiando-nos pelas margens do caminho. Nesta fase, temos que ter total confiança, para não dizer confiança cega, no “Caminho da Vida” (leis naturais, tradições, fé, etc) e no Guia Interior (não consciente), para que este escolha o caminho.

São fases da vida em que nos sentimos perdidos, quando não sabemos mais para onde ir, onde não temos outra alternativa, a não ser deixar a vida mostrar-nos o caminho.

Também podemos chegar a cruzamentos e bifurcações, e se o caminho não estiver bem sinalizado, não sabemos qual a direcção a tomar.

O cocheiro (mente, intelecto) pode tomar uma direcção ao acaso. O risco de se enganar é grande, até de se perder, mais o cocheiro terá a certeza de controlar e saber tudo, escolhendo sozinho o caminho e será então maior o risco de se enganar. Desta forma, encontramo-nos no reino da “tecnocracia racionalista”, onde a razão e o intelecto acreditam poder resolver tudo. Pelo contrário, se o cocheiro for humilde e honesto com ele mesmo, perguntará ao passageiro (Guia Interior). Ele sabe onde vai e conhece o destino final! Poderá então, indicar ao cocheiro o caminho a seguir e este seguir-lo-à se for capaz de ouvi-lo. Ás vezes, a carruagem faz muito barulho, e é preciso parar para dialogar com o Mestre (passageiro). São as pausas, os retiros que as vezes fazemos para reencontrar-nos, quando, por vezes, nos perdemos.

Esta é uma imagem simples, mas que representa o que é verdadeiramente “O Caminho da Vida”.

Fonte: Internet

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