Hoje vou partilhar convosco dois poemas de Fernando Pessoa, um Senhor Poeta Português.
Em ambos os casos, o tema é o Amor, esse sentimento que move montanhas e derruba qualquer obstáculo. O Amor Verdadeiro é eterno. Para mim... um Grande Amor... merece uma boa carta de amor... faz parte do ritual.... do sentimento profundo que une duas pessoas...para o resto da vida....
Amor
“O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de *dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer
Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pr'a saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar.”
e
Cartas de amor
“Todas as cartas de amor são Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras, Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser Ridículas.
Mas, afinal, Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor É que são Ridículas.
Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor Ridículas.
A verdade é que hoje ,As minhas memórias
Dessas cartas de amor É que são Ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.) “
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